Pequim parece ter uma resposta eficaz para os truques tarifários
Tempos difíceis estão por vir para a moeda chinesa. De acordo com a Bloomberg, citando fontes econômicas bem informadas, a China pode responder às ações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, com políticas monetárias e fiscais, ou até mesmo com uma desvalorização do yuan.
Essa possibilidade de tarifas adicionais não é inédita. Zhennan Li, analista do Banque Pictet & Cie SA, em Hong Kong, prevê que o yuan offshore pode enfraquecer para 7,5 por dólar caso o governo Trump implemente uma tarifa adicional de 20% sobre todas as importações chinesas. Se as tarifas alcançarem 60%, Li estima que o yuan poderá cair para 7,7.
Vale lembrar que o Partido Republicano já havia ameaçado anteriormente a imposição de uma tarifa de 60% sobre os produtos chineses. Especialistas acreditam que, caso isso aconteça, a relação comercial mutuamente benéfica entre Washington e Pequim poderá ser severamente impactada. De acordo com os economistas, é esperado que a retaliação da China atinja inicialmente o comércio agrícola (como soja, carne bovina e milho), para, em seguida, se estender aos automóveis. Alguns analistas sugerem ainda que Pequim pode restringir as exportações de metais raros e baterias para veículos elétricos.
Além disso, os economistas projetam que, durante o segundo mandato de Trump, o crescimento do PIB da China será mais lento do que o esperado.
Dennis Shen, economista principal da China na Scope Ratings, declarou que o crescimento da China será mais modesto devido ao segundo governo de Trump, embora as perdas possam ser parcialmente compensadas por estímulos orçamentários e monetários.
Atualmente, a China importa dos Estados Unidos produtos como soja, algodão, milho, microchips, SUVs, gás natural liquefeito, petróleo, carvão de coque, cobre e minério de cobre. Enquanto isso, os EUA compram da China smartphones, computadores, baterias de íon-lítio, produtos plásticos, câmeras de vigilância, eletrodomésticos, calçados, brinquedos e muito mais.